sexta-feira, 6 de junho de 2008

Não existe empresa próspera sem sociedade

* Rodrigo Cogo
Mais de 20 profissionais de seis estados brasileiros estiveram reunidos durante todo o dia 3 de junho de 2008 para melhor definir o que é, por que adotar e como comunicar o grande tema “Sustentabilidade”, em mais um curso completo na sede da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial/ABERJE . Jornalistas, relações públicas, administradores, psicólogos, advogados e publicitários demonstraram desde o início o tom da diversidade requerida pela área e confirmada em cerca de 100 telas de conteúdo projetadas pelo palestrante Ricardo Voltolini.
...Dentre os principais marcos da discussão sobre sustentabilidade nos negócios estão a criação do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável em 1997, a criação do Instituto Ethos em 1998, mesmo ano do início do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas com seu Balanço Social. No ano seguinte, houve a estréia das diretrizes do Global Reporting Initiative/GRI para relatórios de sustentabilidade e o lançamento do Dow Jones Sustainability Index referendando a prosperidade responsável das empresas. Para Voltolini, um acontecimento fundamental foi a instituição dos Indicadores Ethos em 2000, normatizando as idéias segundo parâmetros mais claros, permitindo diagnóstico, estabelecimento de evolução e mesmo comparação de resultados com outras organizações. Também no mesmo ano, as 8 Metas do Milênio da ONU foram anunciadas e tiveram adesão de 191 países. Em 2003, ele cita a formalização dos Princípios do Equador para o setor bancário, e no ano seguinte veio a decisão de criar a ISSO 26000 de Responsabilidade Social (publicação prevista para 2010). O Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo/Bovespa foi criado em 2005, com estrutura de avalização semelhante ao Dow Jones. Neste mesmo período, foram firmados dois pactos importantes no Brasil – pela erradicação do trabalho escravo e pela integridade e contra a corrupção. Em termos mundiais, a discussão mais forte vem das mudanças climáticas e do aquecimento global como resultado da atividade humana descontrolada, o que consagrou as preocupações com sustentabilidade em âmbito mundial. “O tema entrou para a agenda corporativa porque se vê que não dá mais para viver neste modelo”, explica o consultor.
Ele repassou todas as conceituações propostas e atualizadas pelo Ethos, chegando a “forma de gestão pautada pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos, com metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade”. A relevância da RSE é tamanha que se unifica a investimentos em qualidade, competitividade e desenvolvimento e retenção de talentos. A área abrange até uma estratégia de auto-preservação, no sentido de que “não existe empresa próspera sem sociedade próspera”, como disse Kofi Annan. Voltolini comenta que uma empresa com RSE ouve os interesses das diferentes partes e os incorpora no planejamento de suas atividades para atender suas demandas com a mesma importância das requisitações de acionistas ou proprietários. Por isto, age com reciprocidade, compromisso, respeito, responsabilidade, confiança, diálogo e transparência. Ele situa na crise de confiança uma mola propulsora para incremento de valores.

* Texto parcial do RP Rodrigo Cogo – Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas

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