terça-feira, 10 de junho de 2008
Conectividade é o melhor conceito no mercado
* Rodrigo Cogo
O lançamento do Comitê ABERJE de Desenvolvimento Profissional já garantiu, além de muitas reflexões sobre as decisões de carreira de cada participante, um aprendizado coletivo importante: estamos na era da conectividade e esta capacidade de integrar-se a redes de relacionamento e influência praticamente assegura aceitação dos contratantes. O evento, organizado somente para membros da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, aconteceu no dia 05 de junho de 2008 na Casa do Saber em São Paulo/SP e levou para depoimentos o headhunter Simon Franco e o executivo de Comunicação Sidnei Basile.
O coordenador do novo espaço de debates, Gilberto Galan, comenta que a crescente complexidade das atribuições dos comunicadores requer contínuo aperfeiçoamento, não somente técnico mas sobremaneira humanístico, para conseguir gerir prazos curtos, orçamentos estreitos, enxugamento de equipes, fusões e aquisições com alteração de chefia e outros agentes sociais intervenientes no trabalho, como grupos populares, sindicatos e minorias. O Comitê pretende servir como uma janela de oportunidade para discussão de realidades e tendências, sempre contando com um headhunter e consultores de RH de um lado, e a visão de profissionais seniores de outro.
Sob o título “O Novo Gestor – Atitudes e Oportunidades”, Simon Franco iniciou sua apresentação com uma sentença: mesmo que se diga que o planejamento é fundamental para tomada de decisões acertadas, hoje está comprovado que mudanças de carreira são determinadas por dinâmicas de mercado alheias a análises de cenário prévias. A equação na área sofreu uma leve transformação – afora o saber (conhecimento) e o saber fazer (experiência), agora o que é relevante é o saber ser. Sobre isto, ele explica que os desafios mudam, o nível de diálogo e o contexto também, mas permanece o fato de que continuam sendo pessoas trabalhando pra pessoas, e portanto a valorização do ser humano está em alta. Franco é graduado em Administração de Empresas pela PUC/SP e possui extensão acadêmica em Literatura Inglesa pela Universidade de Oxford da Inglaterra. Foi colunista da revista Exame entre 2000 e 2004. É presidente da Simon Franco Recursos Humanos . Escreveu “Criando o próprio futuro – o mercado de trabalho na era da competitividade total” e “O profissionauta – você no mercado de trabalho do século XXI”, ambos pela Editora Futura/Siciliano.
Para o consultor, os ativos de diferenciação no mercado historicamente vinham sendo controlados pelo empregador. Até os anos 50, a ênfase era a inovação; entre 50 e 70, veio a capacidade financeira; de 70 para 80, o diferencial foi a diversificação de atuação; chegando aos anos 80 e 90 com a supremacia da qualidade e aos anos 90 e 2000 com o destaque para a fidelização do consumidor. Só a partir do ano 2000 que muda o prisma, e o diferencial no mercado é o talento, daí gerido pelo empregado, em suas decisões individuais. “O que é preciso é a capacidade de pensar, dentro de um padrão próprio de energia física e mental suficientes para os desafios. O inusitado cada vez mais vai estar presente em nossa vida, porque muito não cabe nos manuais”, esclarece.
A mudança de paradigma enfrentada agora envolve duas economias: a passada, com funcionários assalariados, leais às empresas, centrados na aprendizagem individual em condições de trabalho rígidas, com avaliação de desempenho imposta e remunerado por tempo; para a atual, com investidores que participam dos lucros, têm lealdade com suas convicções dentro da estratégia de trabalho conjunto, acreditam na aprendizagem coletiva e em condições de trabalho flexíveis, para que sua auto-gestão garanta uma remuneração por resultado. O sucesso está na interdependência, e o engajamento é bom enquanto for produtivo para todos.
* Texto especial para o Oras Blog!, com conteúdo parcial do RP Rodrigo Cogo – Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas
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