domingo, 22 de junho de 2008

Comunicação interna é área estratégica


* Rodrigo Cogo
O posicionamento estratégico da área de Comunicação Interna nas organizações é um ponto fundamental para a consolidação do trabalho dos profissionais. Os caminhos para alcançar esta credibilidade e mesmo aumentar verbas e estruturas foram levantados durante o 12. Congresso Anual do setor organizado pela IBC - International Business Communications,, nos dias 17 e 18 de junho de 2008, no Hotel Meliá Jardim Europa em São Paulo/SP..

Numa proposta de criar valor e alcançar objetivos da instituição por meio da informação, mobilização e comprometimento dos funcionários, Mário Lúcio Peconick apresentou a experiência da comunicação interna do Banco do Brasil. Como gerente da área para 82 mil funcionários em quatro mil pontos diferentes de interface, ele enfatiza que as ações são pensadas para provocar relações interpessoais que possibilitem um clima de diálogo e parceria para criar valor, atingindo resultados. “Recursos tecnológicos diferenciados só fazem sentido se estiverem alinhados à estratégia de negócios”, pontua.

Para atingir maior confiabilidade interna, garantindo recursos e voz, Peconick sugere uma postura transparente e ética, com ação interativa com os colegas e firmeza de processos e atribuições. O desafio é aprofundar-se nos conteúdos dos diversos setores, prestando consultoria. Para ele, “os profissionais têm que organizar e hierarquizar as demandas internas com uma ferramenta específica que permita que todos visualizem as necessidades gerais”. Daí é inadiável a tarefa instrumentalizadora: mapeamento e estruturação da comunicação com definição de veículos e canais corporativos, com linha editorial clara que minimize conflitos de participação, e com criação de fluxo de atendimento. No caso do BB, implementam ainda agência de notícias, revista, TV corporativa, boletins segmentados, intranet, jornal-mural, papel de parede dos computadores, email marketing, Diário de Bordo (agenda) e grupos de discussão online. Neste ínterim, também se faz a elaboração de campanhas internas diversas de conscientização, mudança de atitude, motivação e outras. O universo da pesquisa não fica de fora: servem para identificar tendências e monitor efetividade dos passos tomados. “Estamos trabalhando muito na capacitação de gestores locais para atuar como comunicadores, porque eles têm a confiança da equipe e desenvolvem a essencial comunicação face-a-face”.

Todo o esforço está centrado na instauração de um panorama, explicado através de uma frase de Patrick Lencioni: “as pessoas nunca estão dispostas a se esforçar por algo que elas não sabem claramente o que é , nem o que vão ganhar com isso”. Entre as principais barreiras para implementar os processos estão a resistência dos setores em profissionalizar seus contatos com conseqüente falta de comprometimento com as solicitações da área para bom funcionamento dos projetos, até vendo a comunicação interna apenas como canal e ferramenta operacional. Por isto, ele acredita que um caminho coerente seria apresentar formalmente as atribuições do segmento para os demais setores e não ter reservas em formar lideranças como canais de comunicação em uma rede transversal de agentes (num estímulo à comunicação de mão dupla que dá agilidade, eficiência e segurança às informações, integrando e comprometendo as pessoas), constituindo-se numa “negociadora de interesses”. E complementa: “em geral, a comunicação interna só se efetiva como um instrumento estratégico de gestão com ações integradas para todos os públicos”.

MONITORAMENTO – Como apresentar resultados concretos sobre um trabalho feito com e para pessoas? Com este questionamento, a relações públicas, jornalista e publicitária Maria José D’Alessandro lista as etapas para estruturação da comunicação interna: combinação de equipe com pessoal próprio e terceirizados, estabelecimento claro de verba, escolha equilibrada de canais e ferramentas de relacionamento. Em média, acredita que esta organização e o início de resultados efetivos se dê em dois anos. “É um sistema complexo, as pessoas têm repertórios diferentes, independente do tamanho da organização, e o público interno é o principal stakeholder, o principal formador de opinião e o principal cartão-de-visitas”, destaca a gerente de RP da Federação das Indústrias de Minas Gerais/FIEMG.

* Texto especial para o Oras Blog!, com conteúdo parcial do RP Rodrigo Cogo – Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas

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