quinta-feira, 2 de abril de 2009

A vida precisa de inovação em tempos exponenciais


* Rodrigo Cogo

Os desafios dos comunicadores e das organizações no contato com os públicos vão bem além do entendimento e manuseio de ferramentas digitais. Não é mais tempo de invasão, de interrupção ou de mero repasse de informações: todos querem conversar e compartilhar. E as fórmulas estão longe de estar prontas, se é que, em ambiente de permanentes testes e experiências da web, um dia de fato virão a estar. Esta pode ser uma das conclusões da maratona de atividades do Web Expo Fórum, realizado no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca em São Paulo/SP, entre os dias 17 e 19 de março de 2009, pela Converge Comunicações. Foram 41 workshops, sete painéis e doze palestras, afora um setor expositivo, envolvendo platéia superior a 300 participantes.

Cezar Taurion, gerente de Novas Tecnologias da IBM, aposta na inovação como saída para enfrentar as mudanças rápidas causadas pela globalização, pela desregulamentação dos mercados e pelo emprego intensivo da tecnologia. Pesquisa realizada pela empresa junto a 800 executivos em 2006 e a 1.100 executivos em 2008 aponta o mesmo resultado: a gestão da inovação é o pilar fundamental nas preocupações e investimentos dos CEO’s. Para ele, a inovação reside na interação entre invenção e insight, sendo multidisciplinar para poder mudar paradigmas. Mais que isto, a inovação é impulsionada pela colaboração, porque a inteligência coletiva teria muito mais potencial criativo. “Inovação é um processo sistemático, que tem que capturar o conjunto de idéias e fazê-las transformar os processos”, destaca, sendo que as idéias são potencializadas pela web 2.0 que instiga uma participação mais ativa.

Martha Gabriel, CIO da New Media Developers, comenta que a era da competição impele as organizações para buscar a geração de receitas pela proposição de novos produtos. Inovar é tornar algo novo, renovar, introduzir novidades enquadrando essas idéias às necessidades correntes. Para ela, “mercados são conversas”, então a inovação depende da criatividade, mas não abre mão de metodologia – observação, interação, estalo, patrocínio, formatação, relevância e aprofundamento.

Gil Giardelli, CEO da Permission, vê o fim do “capitalismo duro” e o crescimento da economia criativa. Como apenas 1% dos internautas produzem conteúdo e outros 4% replicam-no, é preciso ainda muito trabalho de expressão. Todavia, para ele esta é a geração da generosidade, e as ferramentas gratuitas disponíveis na web 2.0 geram vontades altruístas. O palco digital, sem amarrações etárias, étnicas, culturais ou de gênero, dá espaço para colaboração, conteúdo, comunidade e comércio. É a emergência de uma nova “arquitetura da participação”, aparecendo os “advogados da marca” como pessoas com consciência, mobilização e vigilância sobre marcas e condutas, numa espécie de ativismo global.

Charles Zamaria, professor da Ryerson University do Canadá - “Na minha opinião, a internet é um lugar, é um outro paradigma. Precisamos projetar para o futuro, não é uma questão de produção de conteúdo e transmissão, ou de destino. Pra mim, é como um tele-transporte”


Hernani Dimantas, coordenador do Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo, relembra que o início da internet era mais ligado à contra-cultura (ativismo, liberdade de expressão, software livre) e o próprio Manifesto ClueTrain já reivindicava que os mercados são conversações, que falar pode ser fácil e que o silêncio é fatal, e isto tudo é um indicador de seu espírito fundamental, que deve ser sempre pensado nos projetos..

* Texto parcial do artigo completo do RP Rodrigo Cogo – Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas. O texto todo estará disponível a partir da próxima semana.

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