* Rodrigo Cogo
O painel de encerramento do 1. Fórum de Comunicação Empresarial da Associação Brasileira de Agências de Comunicação (Abracom), realizado no dia 28 de abril de 2008 em São Paulo/SP, trouxe boas novas para as relações públicas, partindo de uma experiência internacional. O convidado foi o vice-charmain da ICCO – International Communications Consultancy Organization, Jean-Léopold Schuybroek, que traçou um panorama das mudanças dos clientes, e por conseguinte da prestação de serviços especializados na área.
O aumento na sofisticação das demandas dos clientes, o crescimento sustentável, as novas mídias digitais e a pressão regulatória e do cidadão por transparência são alguns dos indicadores que necessariamente trazem impacto no cotidiano das agências. Para ele, relações públicas apresenta maior influência nas decisões estratégicas, com contribuição mais significativa para o sucesso organizacional. De outro lado, as exigências das empresas são maiores, por já conhecerem este mercado, requisitando maior conhecimento do negócio para além da comunicação em si. As agências de RP têm sido envolvidas no exterior nos comitês gestores gerais, com crescimento médio anual entre 10% e 15% nos últimos 15 anos, em grande parte por conta do incremento de atenção, importância e investimento em gerenciamento de crises, mas também pela consciência de que relacionamentos com stakeholders são estabelecidos por relações públicas e não por técnicas de marketing.
Schuybroek diz haver evidências de uma globalização e consolidação das agências de RP, com diversas fusões, mas mantendo uma criação regionalizada. O comportamento socialmente responsável vem sendo exigido em maior escala, gerando grande necessidade de relações comunitárias, construção de consensos e proatividade, no caminho do diálogo e da transparência permanentes. Nesta realidade, há a emergência do accountability (mensuração e avaliação de alcance dos objetivos de negócio) e do enfoque prevalente dos impactos reais das ações, sua influência efetiva na reputação. A condução dos serviços, então, precisaria ser feita por profissionais que sejam criativos e pensem estrategicamente, prestando suporte para demais setores como finanças, recursos humanos e administração. “RP tem sido mais importante para seus clientes como nunca”, atesta.
O executivo sugere muita atenção ao desenvolvimento do mercado, porque o que hoje podem ser especialidades estratégicas oferecidas aos clientes, acabam amanhã tornando-se commodities. E acredita que profissionais de RP estejam melhor preparados para atender o novo ambiente comunicacional porque estão mais inteirados e engajados em objetivos empresariais e não somente informacionais, e estão mais preparados para as relações de diálogo exigidas num mercado interconectado, com sensibilidade para atender requisitações de múltiplos públicos. E finaliza: “a comunicação é mais importante e mais complexa num mundo colaborativo, exigindo mais do profissional”.
* Texto especial para o Oras Blog! com cobertura do Relações Públicas Rodrigo Cogo - Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas
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