quarta-feira, 24 de junho de 2009

Comunicadores perdem o controle das marcas no mundo digital

* Rodrigo Cogo

Este é o terceiro texto que Cogo nos envia ainda de sua partipação no 12º Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa.
Sobre a exposição dos participantes, Rodrigo salienta:
  • Patrick Foarde, vice presidente de Comunicação Corporativa da Ketchum Atlanta, diz que "Estamos perdendo o controle sobre nossas marcas e sobre como os consumidores a estão percebendo”. Foarde sugere a identificação do que chama de “hackers da marca”, que produzem conteúdos sobre empresas e seus produtos, buscando uma política de aproximação produtiva.
  • Maria Cláudia Bacci, diretora da FSB PR Digital, afirma que o mundo está mudando rapidamente, tanto na maneira de comprar e trabalhar quanto de pensar, comunicar-se e obter e dividir informação, afora interagir com o mundo. A internet seria a protagonista desta mudança, com seu caráter democrático, sem hierarquia e filtros, interativo, customizável e sem limite de espaço e tempo, onde o indivíduo tem poder. Estas alterações chegaram na mídia convencional, que se move para o ambiente online. defende o RP Digital, que tem a mesma função do tradicional, no sentido de construir e manter relações entre organizações e públicos, mas no ambiente online há uma potencialização de pesquisa, diálogo, relacionamento, exposição e transparência. O RP fica responsável por monitorar a presença da marca na web, identificar aliados e opositores, estabelecer canal direto com o internauta, gerar conteúdo positivo e atuar de forma preventiva. Ela aponta então os benefícios de estar na rede, como ouvir sem filtros, mapear questões e necessidades, conseguir repercussão e receber feedback, falar diretamente com públicos estratégicos sem intermediários e construir uma “camada de proximidade e boa vontade”. Indica que o relacionamento com as mídias sociais requer pertinência e relevância, foco e adequação da mensagem e entendimento das regras, ainda que acrescente que “não há fórmula pronta, afinal comunicação não é uma ciência exata, há ativos e passivos a considerar em cada caso”.
  • Manoel Fernandes - diretor da revista Bites, diz que a geração analógica convivia com uma informação escassa e exclusiva, e hoje os tempos digitais são constituídos por abundância. Os jornalistas, que antes eram intermediários entre as fontes e os leitores, agora vêem a proliferação de difusores de conteúdo. É uma nova dinâmica de circulação de informações e geração de conhecimento. Já em 1999, o Manifesto ClueTrain pregava que os mercados são conversações entre seres humanos, e não setores demográficos e econômicos, decretando ainda que não podem existir segredos no mundo corporativo e que o tratamento para os protagonistas das redes sociais deve ser distinto dos jornalistas convencionais. Novas lógicas de criação de materiais aliadas à indexação passam a vigorar, tendo palavras-chave destacadas para atingir os mecanismos de busca online que organizam e hierarquizam a avalanche informativa. Estas características de relevância, reais e para efeito dos algoritmos, constituem uma nova aprendizagem, onde qualquer interferência comercial é mal-vista. Outra novidade, segundo Fernandes, é o poder de acessos públicos à rede, pagos (lan-houses) ou governamentais existentes em todas as camadas sociais, onde a predominância da procura por redes sociais é evidente.
  • Rebecca Mayo, diretora da agência Lansons da Inglaterra, dividou o palco da última conferência com Ciro Reis, presidente da brasileira Imagem Corporativa, e fez dez recomendações para trabalhar em mídias sociais. Ela inicia pela proposta de encontrar o que as pessoas estão dizendo sobre a marca e em que lugar, depois descobrir onde os públicos-chave estão para saber as prioridades e os pontos de melhoria. Daí então sugere entender o marketing do mundo contemporâneo e focar os esforços nos canais mais relevantes. Rever as páginas de entrada do próprio website corporativo é outro passo, no sentido da transparência e da atualidade das informações, assim como readequar conteúdos ofertados, por filtros de relevância e atratividade. Neste sentido, ela acredita que é uma vantagem empregar jovens nativos digitais para dar suporte às estratégias de relações públicas. Para finalizar, a executiva ressalta o planejamento para enfrentar situações de crise e o investimento em governança e políticas para evitar desperdício de tempo. Ela ainda apresentou modelos de “social media press-releases”, que articulam textos, fotos, áudios e vídeos num mesmo espaço digital.
* Texto parcial do RP Rodrigo Cogo ­ Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas. O texto todo estará disponível no portal ainda esta semana.

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