terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Todo funcionário é agente de comunicação

* Rodrigo Cogo

As organizações vão atuar cada vez mais no formato em rede, com ênfase na virtualidade e informacionismo. Há uma alteração de foco quanto a vínculo e estabilidade de trabalho, com forte terceirização e produção flexível, num processo de reinvenção. Aparece agora em alta escala os “disposable workers”, equivalente à relação trabalhista como fornecedor, numa nova configuração da disponibilidade e de exigência de capacitação. Sob este cenário, o professor e consultor João José Curvello desenvolveu o curso “Caminhos para uma Nova Comunicação Interna” na sede da ABERJE no dia 6 de fevereiro de 2009.

Há um mapa de competências na Sociedade da Informação, relativos a habilidades básicas, interpessoais, tecnológicas, cognitivas, de recursos, sistemas e de informação, que precisam ser dominadas pelos profissionais de quaisquer segmentos. Mais ainda no campo da Comunicação e do relacionamento, quando há um foco em torno de equipes de trabalho e suas interrelações. Curvello tem graduação em Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas/RS, mestrado em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor da Universidade Católica de Brasília, onde dirige o Programa de Mestrado em Comunicação. Sua visão envolve a reflexão teórica sobre os processos organizacionais e também a prática por ter sido assessor no Banco do Brasil, entre outros locais.

Os gestores apresentam grandes expectativas sobre comunicação interna, inclusive como fonte de atribuição de sentido à vida organizacional, buscando equilíbrio entre as necessidades da organização e de seus principais públicos. Para isto, ele comenta a necessidade de mudar o foco da influência para os relacionamentos, que criam vínculos mais duradouros e conquistam adesão a uma cultura de colaboração e de compartilhamento de informações em todos os níveis. “Relações de confiança reforçam valores, crenças, ritos e rituais”, acrescenta. Como saída para atingir este nível de expectativa, o professor sugere unir teoria e prática para ter a compreensão da complexidade dos fatos e a agilidade para responder as demandas. Só assim entende que seja possível construir, propor e disseminar políticas, diretrizes e responsabilidades no ambiente interno. Outro viés contemporâneo importante é entender os laços entre educação e comunicação. Para ele, “cabe ao comunicador sensibilizar para a importância de manter relações transparentes e honestas com os públicos e disseminar a visão de que a comunicação é mais do que persuasão e controle”. Ademais, a tendência é transformar todo funcionário em agente de comunicação, ciente da extensão de suas atitudes no reconhecimento da identidade da organização. Curvello propôs uma reflexão sobre a capacidade efetiva do profissional da área de Comunicação Interna de intervir na complexidade das demandas de uma diversidade de perfis de pessoas que convivem no trabalho. “Trabalhamos basicamente com gestão de informações no ambiente interno”, conceitua.

* Texto parcial do RP Rodrigo Cogo ­ Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas . O texto todo estará disponível no portal a partir de 19/02

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