segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Sustentabilidade em eventos deve ser compreendida de modo sistêmico
* Rodrigo Cogo
É falando em sustentabilidade em eventos como algo sistêmico e com gestão realizada com compromisso e responsabilidade em todas as fases e processos que o administrador André Dornelles tem conquistado plateias e aproximado mais um setor de negócios da tripla visão de perenidade e eficiência, articulando olhares econômicos, sociais e ambientais. E foi assim que ele causou impacto junto a mais de 150 profissionais de comunicação, marketing e organização de eventos, reunidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial/SENAC no lançamento de parceria com a Associação de Marketing Promocional/Ampro no dia 12 de agosto de 2010 no Senac Consolação.
Administrador de empresas, consultor especializado em sustentabilidade e leis de incentivo fiscal e sócio-diretor de planejamento da empresa Apó Soluções Consultoria e Comunicação, Dornelles está há 12 anos neste enfoque de formatação de marcas sob a inspiração da sustentabilidade. Já realizou projetos especiais para organizações como Banco Bradesco, Petrobras, Mercedes-Benz, Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de São Paulo, Pirelli, Unesco e TAM. Para o especialista, não há nada mais agressivo que a postura do mercado em trabalhar com uma espécie de obsolescência planejada na produção e uma obsolescência perceptiva na comunicação e no design. Por isto, ele fala em atitude sistêmica, significando a abrangência de determinados princípios em todos os atos organizacionais, como redução da pobreza, busca de qualidade de vida, poupança de recursos naturais, destinação correta de resíduos e produção limpa. A intenção é esclarecer sobre a aplicação permanente do ciclo repensar, reduzir, reutilizar e reciclar, sendo que para tanto é necessário mudar a gestão sustentável para a própria vida das pessoas, antes de desejar qualquer transposição e conscientização corporativas.
A tarefa é difícil para todos os segmentos, porque envolve sair de uma zona de conforto e despertar para novas experiências e compartilhamentos. Segundo Dornelles, é exatamente a instauração de novos hábitos no mercado de organização de eventos que ele procura trazer à tona para criar uma nova cultura. E complementa: “é uma programação mental que precisa ser superada”, nem que seja acelerada pelo viés econômico: a sustentabilidade aumentando como influenciadora de compra. Eventos sustentáveis são aqueles que, necessariamente e de modo continuado, aplicam, em sua gama de processos e atividades, os princípios da sustentabilidade na concepção, preparação, organização, realização e pós-evento, atendendo a preocupações sociais, ambientais e econômicas. O consultor lista 10 orientadores no tema: compra consciente, minimização de resíduos, economia de água, eficiência energética, prevenção da poluição, conservação da biodiversidade, combate à pobreza e inclusão social, participação e comunicação, monitoramento e acompanhamento, e ainda garantia do legado positivo da sustentabilidade.
Este conjunto de perspectivas deve ser empregado para diversas áreas de atuação em eventos, como transportes e viagens, local do evento e hospedagem, bebidas e comidas, marketing e publicidade, brindes e merchandising, eventos paralelos, energia, água e saneamento, aquisições e bens de consumo e materiais e resíduos. A escolha dos fornecedores vai acabar sendo pautada por estes impactos.
NORMA ISO – Para mostrar que a discussão não está restrita ao país ou representa uma intenção esparsa de alguns profissionais, Dornelles falou da edição de uma norma internacional de qualidade. O Brasil e o Reino Unido, representados respectivamente pela Associação Brasileira de Normas Técnicas/ABNT e pela British Standards Institute/BSI, estão dividindo a liderança da elaboração de uma norma sobre sustentabilidade na gestão de evento, que deve levar a numeração ISO 20121 - Sustainability in Event Management. A publicação está prevista para janeiro de 2012, ano em que Londres sediará os Jogos Olímpicos. A realização de eventos como conferências, concertos, competições esportivas e festivais trazem uma série de benefícios sociais, econômicos e culturais. Ao mesmo tempo, a organização destes eventos pode gerar desperdícios consideráveis e causar impactos negativos ao meio ambiente. A nova norma fornecerá uma estrutura que envolverá o planejamento do evento, a definição do local para a sua realização, o padrão de funcionamento, meios de transporte, e o gerenciamento de fornecedores de serviços e insumos. Os primeiros passos no desenvolvimento da Norma Internacional já foram dados, baseados em dois documentos ingleses, e a estrutura conta com participantes de 30 países. A Comissão de Estudo Especial de Sustentabilidade na Gestão de Eventos na ABNT foi instalada em dezembro de 2009.
* Texto do RP Rodrigo Cogo – Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas , especial para o Oras Blog!
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