quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Comunicação interna: transformando funcionários em fãs

* Rodrigo Cogo
A 2. Conferência de Comunicação Interna da IQPC mostrou que a área é preocupação central em organizações dos mais diversos segmentos e portes. O capital humano, também por se conformar num ativo intangível forte, é cada vez mais parte fundamental das estratégias de negócio e seu engajamento pode ser estimulado por ações de informação, diálogo e relacionamento. Foi o que se viu em mais de 20 atividades diferentes nos dias 25 a 27 de novembro de 2008 no Hotel Meliá Jardim Europa em São Paulo/SP, através das melhores práticas de empresas nacionais e multinacionais.

Dos cases apresentados, Rodrigo traz os modelos de:

Voith Siemens - A gestora de Comunicação Corporativa para América Latina,Renata Presta, entende que não dá mais para levar ferramentas da década de 80 para um cidadão completamente mudado. A grande questão é quem são os clientes e o que interessa e funciona para eles. Há uma mistura de pessoas internas e externas à organização, não existindo mais limites claros, o que exige uma comunicação coerente e alinhada a partir da capacidade intelectual e de raciocínio do comunicador. “Temos que ser menos técnicos e mais estratégicos, tendo uma visão mais holística”, defende.

Na Voith, a proposta de diálogo se dá por um comitê, integrado por 10 a 15 funcionários representantes de todos os setores, independente da hierarquia ou função e acolhendo a comunicação formal e informal circulante. O grupo auxilia no planejamento e na implementação da comunicação interna, com reuniões quinzenais. Para focar os debates, foram criados comitês por conteúdo – comunicação com o mercado, pautas, inteligência competitiva - que trocam informação permanentemente em “sharepoints” na rede interna da empresa. Na mesma linha, um concurso de causos e lendas foi lançado para incentivar a conversação, o resgate da memória como um pilar de sustentação institucional pela valorização da história, da cultura e das pessoas, afora um programa de visitas que exerce a preferência pela troca face-a-face. Um trabalho constante está em mapear os líderes naturais, não estabelecidos por cargos mas por capacidade de mobilização. Ela cita pesquisa da Coach Leadership que diz que gestores com habilidade de comunicação e freqüência na divulgação de novidades na empresa são mais valorizados pelos empregados. Uma pesquisa de clima também é sempre aplicada para parametrizar o planejamento e a ação da gerência, porque são indicadores que mostram o resultado do relacionamento

Atento - O diretor de Comunicação, Luis Alcubierre, também trabalha nesta linha de cooperação com seus 72 mil funcionários. Para ele, a comunicação colaborativa é a requisitação da contemporaneidade, dividida entre vários agentes na criação e na difusão de conteúdos, sob a inteligência institucional de profissionais da área. Assim, o setor de comunicação ganha escala, participação, legitimidade e crescimento. O desafio é mobilizar as pessoas, criar sonhos para ser a linha de conduta ao longo do tempo, repensando a cada contexto histórico o entorno organizacional sob a liderança de um gestor. De objetivos surpreendentes a concretos, de objetivos emocionais a mensuráveis, o incentivo ao engajamento sempre precisa ser alto. “Tudo acontece para que nossos funcionários virem nossos fãs”, compara

WalMart - o gerente de Comunicação Interna, o publicitário Vinícius Azambuja, mostrou o processo de produção e veiculação de seu canal. Com 330 lojas em 110 cidades de 17 estados, abrangendo 70 mil funcionários (60% deles com menos de 30 anos), a opção pela TV veio para enfrentar a complexidade da distribuição geográfica e das regionalidades do grupo, afora a constatação de que a cultura brasileira é adepta do audiovisual como linguagem. Ademais, o respeito às pessoas é tido como um dos três princípios básicos de atuação: os funcionários têm reconhecimento por tempo de trabalho, participam dos lucros, têm oportunidades de crescimento interno e são incentivados para mobilização para a sustentabilidade. “De toda maneira, é preciso dizer que a principal ferramenta de comunicação é o líder”, ressalta.

Ainda participaram com apresentações de caso:
  • o coordenador de Comunicação Interna para América Latina da Philips, Ricardo Vicalvi - que trata da transformação dos colaboradores em embaixadores da empresa por meio de ações estruturadas de comunicação,
  • a gerente de Comunicação Interna e Ambiente Corporativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Luciana Ranieri - que trabalha com uma visão integrada a partir de vertentes estratégicas identificadas por pesquisas com seus mais de seis mil funcionários.
  • a gerente de Comunicação e Qualidade da Sky, Solange Alves - que detalhou programas de incentivo altamente criativos para envolvimento da equipe de tele-atendimento.
  • a diretora de Comunicação da Tetra Pak, relações públicas Elisa Prado - que falou da importância da comunicação presencial, em que projetos de capacitação para a expressão são oferecidos para obter o nível de participação produtiva requisitado.


    * Texto parcial do RP Rodrigo Cogo - Conrerp SP/PR 3674 - Gerenciador do portal Mundo das Relações Públicas . O texto completo estará disponível no portal, depois do dia 12/12.

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